sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Prefeita de Solidão afirma que Inocêncio Oliveira é espelho para políticos


segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Prefeita de Solidão afirma que Inocêncio Oliveira é espelho para políticos
A prefeita de Solidão, Cida, afirmou recentemente à imprensa que o deputado federal, Inocêncio Oliveira(PR) é um espelho para todo todo homem público. Comemorando a liberação de verba para a 1ª quadra poliesportiva da cidade, Cida emendou: "Este ano ainda começaremos as obras, para a alegria dos estudantes de Solidão. Temos recebido total apoio do deputado Inocêncio Oliveira, ele é um espelho para todos os políticos. Os que estão começando como eu, e os que já estão na caminhada há tempos".
Autor: Igor Mariano

domingo, 15 de novembro de 2009

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

MAPA DA CIDADE


Ver o mapa e satélite da cidade de Solidão , em tela cheia ...


Sobre Solidão População: 5.837 habitantes
Homens: 2.940
Mulheres: 2.897
Área Total: 130,0 km²
Dens. Demográfica: 44,90 hab/km²
Altitude: 586 m
DDD: 87
CEP: 56795-000



matéria do globo reporter- rede globo


Solidão, a cidade





Nordeste profundo, sertão, caatinga. A mata ainda verde depois da chuva. E uma placa no caminho indica: Solidão. Vamos aos confins de um sentimento humano. Que lugar é esse? Quem mais saberia informar?

Indicações desencontradas para o lugar que toda gente conhece, mas poucos sabem onde fica. O primeiro morador achou triste e desolado e batizou o lugar.

Solidão é hoje uma vila na região do Pajeú, sertão pernambucano. A fé e a religião dos devotos de Nossa Senhora, a rotina interiorana, o povo trabalhador e o isolamento que lhe deu o nome.

“Quem vive na solidão, no sentido da palavra, é triste”, diz a professora aposentada Edith Evaristo, uma mulher que fez a opção de viver só. Mas a professora, solteira, nascida e criada em Solidão, não aceita esse nome. “Eu nunca me senti solitária”, garante. Para ela, o machismo do sertanejo ajudou-a na decisão. “Durante toda vida eu fui rebelde. Eu só obedeci a uma pessoa na vida: meu pai. Foi essa uma das razões pelas quais eu não casei”.

A valentia machista é satirizada pelo grupo de xaxado de Solidão. São jovens que se alimentam da cultura da região para reforçar o sentido de comunidade. O xaxado é justamente um dos instrumentos para negar as aparências.

“As pessoas pensam que por causa do nome da cidade todos os moradores são tristes. Ao contrário, aqui todo mundo é alegre. Vivemos em família, perto um do outro. Uns ajudam os outros. Por isso, o lema de Solidão é ‘uma cidade cheia de glória’”, diz o agricultor Agrineli Alves da Silva.

“Somos todos solidários. Solidão é terra de pessoas acolhedoras”, acrescenta a estudante Maria Dolores.

A cidade de Solidão carrega o peso desse nome quase sem sentir, sem fazer esforço nenhum. É daqueles casos em que a palavra perde seu significado original e ganha outro sentido, que é dado pelas pessoas. Solidão, o lugar, a cidade pobre do sertão do Pajeú, se recusa a assumir a melancolia de seu próprio nome.

Desde muito cedo Wellington conheceu a solidão provocada pela pobreza e pela migração. Os pais dele foram embora da cidade e o menino ficou com a avó, Maria José Caetano. “Eu o criei desde que nasceu”, conta ela.

Os parentes que ficaram e a vizinhança criaram uma rede de proteção para ele e para a irmã pequena. “A mãe que eles conhecem sou eu”, diz dona Maria José.

“Mãe é aquela que cria e dá toda assistência”, ressalta a dona de casa Rosilda Caetano.

“Graças a Deus, eu criei sete filhos. E do mesmo jeitinho estou criando esses dois”, garante dona Maria José.

O parentesco rearranjado pelo afeto e pelo compromisso solidário de Maria José se confirma todos os dias. É na hora da refeição que os moradores da casa dão uma lição de partilha: o milagre de transformar o escasso em suficiente. “Na hora das refeições, um come de cada vez, porque só temos um prato. Eu fico por último”, conta dona Maria José.

Na casa de um prato só, os pequenos são os primeiros. Wellington come depois da irmã menor. A terceira vez é para a filha de Maria José. “Não fico chateada porque o importante é ter comida para botar no prato”, diz ela.

Ao comer por último, dona Maria José deixa claro um traço dos moradores da cidade de Solidão. Nem a mais intensa das limitações serve de desculpa para deixar de estender a mão. Ninguém está sozinho em Solidão. É comum encontrar na rua mutirões espontâneos de moradores carregando tijolos. Perto da casa de dona Maria José, cinco outras casas já foram erguidas com a ajuda dos vizinhos.

“Todo mundo ajuda, até as crianças da escola”, conta a dona de casa Geraldina Alves da Conceição.

Este mês, o morador Fausto Pereira de Moura reservou uma parte da aposentadoria para comprar tijolos. Os vizinhos vão ajudar a levantar uma nova casa. “Tem um ditado que diz ‘Quem não vive para servir não serve para viver’. O Brasil, com tanta riqueza, podia ajudar”, diz ele, emocionado.

“Tenho dois filhos pequenos e não sei o que vai ser deles no futuro”, diz a dona de casa Maria Aparecida de Moraes, enxugando as lágrimas.

“Uma vez, li num livro que a solidão maltrata a gente mais rápido do que uma doença incurável. Não existe solidão. Quem faz a solidão somos nós mesmos. Temos que ser felizes, por mais dificuldades que passemos na vida”, finaliza Rosilda.