segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Solidão-PE


Solidão

Histórico

Em meados do século XIX, as terras onde atualmente fica o município de Solidão eram uma fazenda de propriedade de João Teodósio que ali se estabeleceu e iniciou uma pequena atividade agrícola. Como o negócio não prosperou, em 1883 João Teodósio vendeu a fazenda a Jesuíno Pereira que teria mais sorte.

O novo proprietário deu continuidade à exploração e ao cultivo da terra, construiu outras casas para os moradores e, com o sucesso do empreendimento, tratou logo de fundar o primeiro engenho da fazenda. Animado, Jesuíno Pereira pretendia transformar a fazenda num povoado, mas morreu antes de concretizar o seu sonho.

Anos depois da morte do fazendeiro, a viúva Francisca Pereira atendeu o pedido do padre Carlos Cottart, vigário de Afogados da Ingazeira, e dou um terreno para que fosse construída uma igreja na fazenda. A construção da igreja, em louvor de Nossa Senhora de Lourdes, teve início em 1911 e em torno dela surgiu o povoado.

Consta que, desde o tempo em que era fazenda, a localidade era chamada Solidão. O Distrito, subordinado ao município de Afogados da Ingazeira, foi criado pela lei municipal nº 3, de 10/02/1937. Pela lei estadual nº 418, de 31/12/1948, o Distrito passou a fazer parte do novo município de Tabira.

O Distrito de Solidão foi elevado à categoria de município pela lei estadual nº 4969, de 20/12/1963, desmembrado do município de Tabira, e sua instalado ocorreu a 14/03/1964. Administrativamente, o município é formado pelo distrito-sede e pelo povoado de Pelo Sinal.

Quem nasce em Solidão é solidanense.

Dados gerais

Localização: Sertão do Pajeú, distante 411 km do Recife.
Área: 140 km2
Solo: Arenoso/pedregoso/rochoso
Relevo: Forte ondulado e montanhoso
Vegetação: Caatinga hiperxerófila
Ocorrência mineral: Constituição rochosa
População: 5.456 habitantes
Eleitorado: 4.987 eleitores (TRE 2010)
Dia de feira: Domingo
Data de comemoração da emancipação política: 20 de dezembro
Prefeita: Maria Aparecida V.O. Caldas
Vice-Prefeita: Jacinete Vieira de Melo
Padroeira: Nossa Senhora de Lourdes

Base econômica: Agropecuária.






Os supostos milagres de Solidão ganharam as páginas dos jornais da época, ajundando espalhar a fama do santuário da cidade entre os pernambucanos e nordestinos.




Localizado na área urbana de Solidão, o santuário teve sua história iniciada em 1945 e até hoje as imagens de Nossa Senhora de Lourdes de Santa Bernadete atraem os fiíes.  



Peculiaridades

A fé e a devoção do povo pernambucano deram origem à construção de vários santuários e à organização de tradicionais romarias e festas religiosas em municípios do interior do Estado. Um dos mais significativos desses santuários está em Solidão, essa pequena cidade entre as serras.

O Santuário de Nossa Senhora de Lourdes está localizado na área urbana de Solidão, num dos pontos mais altos da cidade (subida com 58 degraus) onde estão duas imagens: as de Nossa Senhora de Lourdes e a de Santa Bernadete. Diariamente, o santuário recebe a visita de fiéis de todo o Nordeste.

Mas, é na terceira semana de outubro, quando acontece a Festa dos Romeiros, que a cidade é invadida por um grande número de visitantes. Nessa época, cerca de 15 mil pessoas vão à Solidão pagar promessas, fazer pedidos à santa ou simplesmente conhecer o local considerado sagrado.

O Santuário

A história do santuário de Solidão começou em 1945, quando o padre francês Carlos Cottart, que atuava no sertão pernambucano, decidiu colocar uma imagem de Nossa Senhora de Lourdes numa gruta do então arruado que se chamava Solidão e pertencia ao município de Afogados da Ingazeira.

Durante a construção do pedestal para a imagem, surgiu, entre as paredes rochosas da gruta, um olho d'`água que ninguém havia notado antes. Os moradores atribuíram o fato a um milagre e logo se espalhou a informação de que aquela água tinha poderes curativos.

Antes mesmo de terminada a construção do santuário, começaram a acontecer ali várias celebrações religiosas. O local passou a ser visitado por pessoas da redondeza, que chegavam para acender velas à santa, pagar promessas ou coletar um pouco da água milagrosa.

As notícias de graças alcançadas se espalharam e, pouco a pouco, o povoado passou a receber visitantes de todo o território pernambucano. Entre as décadas de 1950/70, o Santuário de Nossa Senhora de Lourdes viveu um período de intensa movimentação, com milhares de fiéis vindos de todo o Nordeste brasileiro.

Milagres e castigo

Entre as muitas histórias de milagres, os moradores de Solidão costumam lembrar um caso ocorrido na década de 1940, com o pedreiro Quintino Vicente Barbosa (seu Tintino), que trabalhou na construção do santuário. Um filho do pedreiro, de nome José, de cinco anos, que era paralítico e surdo-mudo, passou a andar e ouvir apenas 24 horas depois de banhado com a água que escorria da gruta.

Mais recentemente, em 1979, uma criança de 11 anos e uma jovem de 18, moradoras da cidade de Arcoverde e ambas mudas, passaram a falar depois de rezar algumas horas aos pés da santa.

Há, também, histórias de cegos que passaram a enxergar; pessoas que nasceram com os pés ou braços tortos e ficaram curadas após uma simples lavagem com a água milagrosa; e muitas outras. Hoje, a água milagrosa já não jorra mais da gruta de Solidão e os sertanejos têm uma explicação: depois que muita gente passou a recorrer ao local, alguns gananciosos começaram vender a água e, por castigo, a fonte secou.
Nem por isso, os fiéis deixaram de comparecer ao santuário. Nos dias da Festa dos Romeiros, mais de cem ônibus chegam a Solidão trazendo os devotos.

Serviços

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